Nosso segundo dia em Florença complementava os passeios do dia anterior pela cidade e o nosso primeiro “bate e volta” para a icônica e tradicional cidade de Pisa.
Para completar nosso roteiro artístico, não poderíamos sair de Florença sem visitar seu morador mais ilustre: o Davi de Michelangelo. A famosa estátua de Davi está em exibição na Galleria dell’Accademia, o nome mais popular da Galeria da Academia de Belas Artes de Florença. A Galeria e a Academia foram fundadas em 1784 pelo então Grão-Duque da Toscana Pedro Leopoldo. A Galeria foi criada com o propósito de proporcionar aos estudantes da Academia o acesso a um grupo seleto de obras que serviriam de exemplo e estímulo aos novos artistas (Fonte). O Davi mora lá desde 1873 quando foi transferido da Piazza della Signoria, onde ficou uma réplica, conforme comentei anteriormente. Infelizmente não poderei ilustrar o post com fotos minhas, pois era proibido fotografar. Além do morador ilustre, outras importantes obras estão em exposição na Accademia, do próprio Michelângelo é possível apreciar a estátua de São Mateus (1508) e os Quattro Prigioni (1521-1523). Estão na Accademia também a Madonna del Mare atribuída a Botticelli; A árvore da Vida de Pacino di Bonaguida; e Vênus e Cupido de Jacopo Pontormo.
Após a visita a este ilustre habitante florentino seguimos a pé para a estação ferroviária. No caminho fizemos uma parada na Piazza de Santa Maria Novella. A igreja gótica foi construída pelos dominicanos entre 1279 e 1357 e guarda importantes obras de arte de Florença. Afrescos de Masaccio, de Ghirlandaio – A vida de João Batista, e ainda Lippi e Boccacio. A fachada como é vista hoje foi redesenhada por Alberti entre 1456-1470. Para entrar é preciso pagar o ingresso de (se não me falha a memória) €5, mas vale a pena, é muito bonita por dentro.
Bate e Volta à Pisa
Para chegar à Pisa partindo de Firenze é muito simples: trem. Não é necessário entrar na fila, nem comprar com antecedência, o bilhete regional é vendido no jornaleiro ou tabacchi. Na estação Santa Maria Novella, logo na entrada, à direita tem um tabacchi que vende. É só dizer para onde você vai que ele te vende o bilhete adequado que varia de preço conforme a distância percorrida, é bom já comprar logo a volta para não ter que procurar em Pisa (bilhete Smn-Pisa em torno de €8). As duas vezes que estive em Pisa fiz este trajeto, de Santa Maria Novella a Pisa San Rossore, que é a estação mais próxima da Torre de Pisa, em uns 5 minutos a pé se chega lá. Mas a viagem em trem regional demora um pouco mais, pois o trem para mais. Se quiser ir mais rápido vá para Pisa Centrale e de lá pegue um ônibus (LAM Rossa ou Linha 4) ou um Táxi (cerca de €10). Não estranhe ao chegar em San Rossore, parece uma cidade fantasma, mas você está no lugar certo, segue abaixo o mapa.
Ao adentrar os muros de Pisa, não se contenha, um suspiro sempre vem sem querer. A visão do conjunto do Batistério, Duomo e Torre é realmente surpreendente. Vemos Pisa em filmes, na televisão e a primeira visão de estar ali mesmo, é emocionante até para os mais durões. Aproxime-se e comece a tirar aquelas fotos clichê que todo mundo adora!
Pisa foi uma cidade muito rica na idade média, quando sua armada comandava o oeste do mediterrâneo e o comércio da época trouxe glórias e dinheiro que se refletiram nas construções da cidade. O Duomo foi iniciado em 1064 e representa a arquitetura Românica de Pisa e sua fachada com 4 camadas mescla colunatas e arcos fechados. Não deixe de entrar (veja quadro abaixo), para apreciar o púlpito de Giovanni Pisano e o mosaico Cristo Majestoso de Cimabue. Já a estrela do lugar, a Torre de Pisa, teve sua construção iniciada em 1173 e concluída em 1350. Já era célebre desde então quando recebia ilustres visitantes como Galileu que fez experiências com objetos em queda por lá (Veja o Box ao final do Post). A construção do Batistério iniciou-se em 1152, terminando um século depois por Nicola e Giovanni Pisano.
Pisa é uma cidadezinha agradável e vai muito mais além que a área da Torre. Um passeio mais longo por lá pode ser uma boa pedida. Para nós o bate-volta era o que poderíamos fazer, mas se tiver mais tempo, invista.
Na área da torre há vários locais para comer, desde fast-food às trattorias. Recomendo Pizza a cerca de €10, pratos mais sofisticados em regiões abarrotadas de turistas costumam sair beeeem caros.
No retorno de Pisa ainda passeamos ao anoitecer por Firenze, com direito ao pôr-do-sol às margens do Rio Arno com as luzes da Ponte Vecchio. Jantamos na Piazza della Signoria vendo a vida passar e as lembranças se instalando. Viver é mesmo tudo isso!
O engenheiro encarregado do projeto, Bonnano Pisano, tentou compensar a inclinação construindo os demais cinco andares ligeiramente mais altos do lado em que a estrutura pendia para baixo – mas o excesso de peso só fez a torre afundar ainda mais! A construção só terminou na segunda metade do século XIV e, ao longo dos séculos, foram feitas várias tentativas de aprumar a estrutura de oito andares, mas de nada adiantaram. No século XX, a torre passou a se inclinar cerca de 1,2 milímetro por ano. Quando essa pendência em relação ao eixo chegou a 4,5 metros, em 1990, ela foi fechada ao público, sob risco de desmoronar. Desde então, várias propostas foram feitas para salvar a torre, até que uma delas, formulada por uma comissão de 14 especialistas, foi finalmente escolhida. Os trabalhos começaram em 1997. “A proposta vencedora era simples e, ao mesmo tempo, extremamente eficaz: tirar, aos poucos, terra do lado inclinado e reforçar a fundação com placas de chumbo para evitar qualquer perigo de desmoronamento enquanto o trabalho era realizado”, diz o engenheiro civil Henrique Lindenberg, da USP. Além disso, foi injetado cimento nos muros que circundam a torre. A obra consumiu 25 milhões de dólares e só terminou em junho de 2001, reduzindo em 40 centímetros a inclinação da torre, que foi reaberta ao público em 15 de dezembro do mesmo ano.